segunda-feira, 24 de novembro de 2008
DUALIDADE
É interessante como alguém sensível e criativo pode exprimir a dualidade humana dessa maneira.Fica tão confuso dentro da gente e pode conter essa clareza quando dito assim por Clarice Linspector ...
Não te amo mais.
Estarei mentindo se disser que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza de que
Nada foi em vão.
Sei dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer nunca que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade:
É tarde demais...
OBS.: - Agora leia de baixo para cima.
Pura arte... Pura genialidade...
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
CONTOS DE FADAS
O Mito é a mais antiga forma da narrativa, segundo Campbell, podendo tocar e inspirar nossos mais profundos centros criativos, levando-nos a uma compreensão de nós mesmos e do mundo. Campbell ainda escreve que a eficácia do mito pode estar "no mais despretensioso conto de fadas (Conto de Tradição Oral), da mesma forma como em uma gota de água está verdadeiramente presente todo o mistério e sabor do oceano".
Para Mircea Eliade, assim como Campbell,os aspectos simbólicos do mito exercitam no homem a compreensão de como a vida se desenrola e que o contato do homem com o divino é possível.Esses autores nos ensinam que as primeiras formas de narrativas têm sua origem nos mitos.
As pessoas sempre contaram e ouviram histórias, encontrando, assim, significado e sentido para o que acontecia a si,ao seu povo e no mundo.
Uma pequena introdução para a excelência contida nos Contos de Fadas, nas Fábulas, nos Contos de Tradição Popular, no nosso Folclore.
LEITURAS RECOMENDADAS:
"Contar Histórias", de Alessandra Giordano. ( Editora Artes Médicas)
"Uma idéia toda azul", de Marina Colasanti. (Global Editora)
"Mitologia Grega",Vols.I,II e III. (Editora Vozes)
"Dicionário de Símbolos" , De Jean Chevalier & Alain Gherbrant. (Editora José Olympio)
"O Poder do Mito", Joseph Campbell. Editora Palas Atena.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
A RESPEITO DO LIVRO: "CHUVA DE VERÃO"
( Marguerite Duras ) - Editora Nova Fronteira.
Esse livro fala de Ernesto... e da família dele, e do conhecimento dele e da diferença dele.
Um livro que trata da diferença e procura nos colocar em contato com ela - e com ela em nós.
Esse livro não é para ser lido com a razão e sim com o desconhecimento...
E quem é Ernesto? "Nunca aprendeu a ler. Ele realmente não é uma criatura normal. É um superdotado que ama sem barreiras e apreende os fatos e os valores da vida com uma sensibilidade especial " .
ERNESTO: " (...) não vou voltar pra escola porque na escola me ensinam coisa que eu não sei".
"Ernesto havia dito que o vento também é outra coisa chamada conhecimento. Que o conhecimento também era o vento, tanto aquele que se engolfava na estrada quanto o que atravessa o espírito.
Um brother maior perguntara como o conhecimento era representado, por qual desenho.
Ernesto diz : não se pode desenhá-lo. Porque é como um vento que não pára. Um vento que não se pode alcançar, que não pára, um vento de palavras, de poeira, não se pode representá-lo, nem escrevê-lo, nem desenhá-lo" .
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
NOTAS DE RODAPÉ
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender aindaqual é melhor: se é isto ou aquilo.
(Cecília Meireles)
"Não quero faca nem queijo. Quero a fome." (Adélia Prado)
Todas as Vidas
Vive dentro de mim uma cabocla velha de mau-olhado, acocorada ao pé do borralho, olhando para o fogo. Benze quebranto. Bota feitiço... Ogum. Orixá. Macumba, terreiro. Ogã, pai-de-santo... Vive dentro de mim a lavadeira do Rio Vermelho. Seu cheiro gostoso d'água e sabão. Rodilha de pano. Trouxa de roupa, pedra de anil. Sua coroa verde de São-caetano. Vive dentro de mim a mulher cozinheira. Pimenta e cebola. Quitute bem feito. Panela de barro. Taipa de lenha. Cozinha antiga toda pretinha. Bem cacheada de picumã. Pedra pontuda. Cumbuco de coco. Pisando alho-sal. Vive dentro de mim a mulher do povo. Bem proletária. Bem linguaruda, desabusada, sem preconceitos, de casca-grossa, de chinelinha, e filharada. Vive dentro de mim a mulher roceira. -Enxerto de terra, Trabalhadeira. Madrugadeira. Analfabeta. De pé no chão. Bem parideira. Bem criadeira. Seus doze filhos, Seus vinte netos. Vive dentro de mim a mulher da vida. Minha irmãzinha... tão desprezada, tão murmurada... Fingindo ser alegre seu triste fado. Todas as vidas dentro de mim: Na minha vida - a vida mera das obscuras!
(Cora Coralina )
terça-feira, 4 de novembro de 2008
MOVIMENTO
Esse é um poema que fala do "não saber". O paciente não sabe como vai dizer; o psicólogo não sabe quem vai encontrar.
A ansiedade da primeira entrevista está para os dois que buscam proteção no silêncio ou na técnica para se adaptarem ao encontro, mas também estão vulneráveis, pois o trabalho é feito numa via de mão-dupla.
Como diz Jung , o paciente só vai até onde o terapeuta consegue ir ...
Provocações para pensarmos a Psicologia e o profissional que fez parceria com ela.
MOVIMENTO
E como vai chegar?
Repleto de angústia,
medos que te afligem
e não te deixam falar.
Com um sorriso no rosto,
homem,mulher
uma tristeza no olhar.
Com as mãos úmidas,
a voz macia,
uma ironia que não
se deixa expressar.
Um pesar, um pedido,
uma zanga, movimentos
que se repetem sem parar.
Quando você virá,
o que é melhor fazer pra te esperar?
A sala arrumada,
a idéia ordenada,
dispara o relógio
incapaz de preparar.
Sopra o vento,
cai a chuva
e eu a olhar.
Escorre o pensamento
e se junta ao movimento
de te encontrar.
Patrice Gomes
(Ao Paciente )
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
MITOLOGIA GREGA
Tem várias dicas de bibliografia sobre o assunto.
Boa leitura!
sábado, 1 de novembro de 2008
AS TRÊS PORQUINHAS
A mais alta fez o café e o pão de queijo; a que usa óculos contou seu segredo pras outras duas; a que é atriz passou a representar uma enxurrada de sentimentos da sua nova fase de vida. Parecia até uma sessão de análise em grupo, mas sem o mediador. Só havia espaço para a loucura de cada uma delas se expressar e ser acalantada pela amizade das outras. E quando parecia que ia passar da conta, rompendo os limites dos ouvidos alheios, houve uma pausa para mais um pão de queijo.
Um tempo redondo para o encontro de três mulheres intensas nos seus sentimentos, maduras em suas idades, independentes nas suas formas de exercer o amor pelo outro e por elas mesmas.
PENSANDO A PSICOLOGIA
A escrita pode representar esse espaço protegido que nos permite experimentar dando forma aos nossos pensamentos e às nossas fantasias.
BEM-VINDOS !
Patrice Gomes.